Monday, December 29
.hoje acordámos em sítios diferentes.
"Eu no meio das ruínas que se movem, das sombras que sopram, das almas em fuga para dentro da vida.
Tu, no meio das ruínas paradas, das sombras que já não respiram, as almas em fuga para longe da vida.
Amanhã, sempre amanhã, tentaremos acordar no mesmo sítio de sempre e o abismo do medo e da dor irá rir-se de nós enquanto nos engole ou nos deixa passar"
Ribeiro, F. em "Feridas Essenciais" (2004)
Sunday, December 7
Danse - Chante - Aime - Rêve - Vis
Chante comme si personne ne t'écoutait
Aime comme si tu n'avais jamais souffert
Rêve comme s'il n'y avait pas de cauchemars
Vis comme si personne ne t'empêchait .
Aime. Aime toujours.
Thursday, November 27
Memories
Céline in "Before Sunset" (2004)
Thursday, August 7
Who Will Take My Dreams Away?
Scene from the film : La Fille Sur le Pont
Song by Marianne Faithful
Words are not enough to describe both the film and the feelings this song evokes in me.
Thursday, July 24
Tuesday, July 22
Asleep
Saturday, May 24
Amor,
Wednesday, May 21
Tuesday, May 20
À peine défigurée - Barely Disfigured
Bonjour tristesse
Tu es inscrite dans les lignes du plafond
Tu es inscrite dans les yeux que j'aime
Tu n'es pas tout à fait la misère
Car les lèvres les plus pauvres te dénoncent
Par un sourire
Bonjour tristesse
Amour des corps aimables
Puissance de l'amour
Dont l'amabilité surgit
Comme un monstre sans corps
Tête désappointée
Tristesse beau visage.
[...]
Farewell Sadness
Hello Sadness
You are inscribed in the lines on the ceiling
You are inscribed in the eyes that I love
You are not poverty absolutely
Since the poorest of lips denounce you
Ah with a smile
Bonjour Tristesse
Love of kind bodies
Power of love
From which kindness rises
Like a bodiless monster
Unattached head
Sadness beautiful face.
- Paul Éluard -
Thursday, May 15
V.
Vejo-te. Fixo-te, aliás. Tens um novo corte de cabelo, mas continuas igual.. parecer-me-às sempre igual, a pessoa de sempre, o meu amor. O sorriso que tanto me ilumina os dias não mudou, a maneira como posas a cabeça nas tuas mãos faz-me sonhar.
“o nosso amor só encontra forma espiritual” – disseste-me. É muito mais que isso. Encontra muitas outras formas. Formas que ainda nem conhecemos, mas que nos rodeiam, que nos preenchem, que nos constroem. A nossa lealdade espanta-me. Tão distantes e tão próximas, como que duas lapas. Partilhamos tanto. Nós somos. Somos uma. Duas, três ou quatro. Mas somos… e seremos.
Mostras-me a escola, testemunha de longas etapas das nossas curtas, mas não menos importantes, vidas. Mostras-me a rua que tanta vez percorremos, a minha casa que fica a poucos passos da tua, e o teu carro estacionado na rua trazendo-me divertidas memórias da nossa última viagem e suas atribulações não fatais.
Trocamos opiniões, segredos. Conversamos de amores e amantes. Falamos de livros, de música, de filmes que mexeram connosco. Rimos, gargalhamos. Choramos. Gritamos saudades, emitimos sons em jeito de cíume. Amamo-nos. E é um amor intenso, onde meio olhar, meias palavras, um toque basta…
Mas acho que não te digo vezes suficientes o quanto te amo e o quão crucial és à minha existência. Pois bem, digo-te agora… amo-te com todas as minhas forças. Quero ver mais vezes o sol pôr-se da tua janela…
Espero-te, como sempre te esperei e te esperarei…
Thursday, April 24
ARCO-ÍRIS/ARC-EN-CIEL/RAINBOW/REGENBOGEN
Nós pintámo-lo. Pintámos-lhe as cores que hoje nos são tão familiares. Dançámos nele, em cada côr um novo passo, um novo salto. Melodias harmoniosas, sons de harpas e violinos excitados.
L’arc-en-ciel. Sussurrei-te. Cantámos ao sol, sorrimos à chuva. Nele fizemos amor. Ao sabor do vento, na doçura das suas cores, novos beijos, novos olhares.
Rainbow. Voámos nele, delicadamente. No seu gracioso sopro flutuámos, vivemos.
Regenbogen. Majestosa visão. Criámos formas. Pensámos vidas. Soltámos palavras. Sonhámos momentos.´
Arco-íris, arc-en-ciel, rainbow, Regenbogen… nós éramo-lo. Somo-lo. Cada côr, cada brilho emana de nós, dos nossos corpos nus que se fundem num só e que se enrolam e afundam nas suas tão coloridas e libertadoras riscas.
Wednesday, April 23
Friday, April 18
UNTITLED
A mola da porta fez com que se fechasse com o habitual estrondo. Corri para fechar a janela para que o teu cheiro, ainda intenso, não fugisse.
Deixei-me assim cair na áspera carpete, como por vezes te queixaste, e esperei poder flutuar numa overdose de cheiros… de cheiros teus. De cheiros nossos. Baunilha e Amor. Cheiros esses que hoje me são intrínsecos e os quais não vou deixar partir. São doces, são calmos, são tão nossos.
Quero fechar os olhos e poder tocar-te, tocar-te e poder-te ouvir, escutar atentamente e poder saborear-te, lamber os lábios e poder cheirar-te, cheirar-te e poder ver-te…
Amo. Amo perdidamente este ménage de cheiros, de memórias, de sóis brilhantes e céus azuis. Amo o rosa, o verde, o azul e o amarelo das cores que nos iluminam. Amo as imagens que ficaram e os sonhos das que se avizinham, os patins que nos levarão à continuação de uma história de suspiros, olhares, toques e sorrisos.
À nossa, meu ser do espaço, minha bem amada A.
Saturday, April 5
Friday, April 4
Thursday, April 3
Saturday, March 22
Friday, March 21
ECOS
Agarraste-me pela mão e arrastaste-me dali p’ra fora.
Guiaste durante horas por caminhos para mim desconhecidos e que me deixavam desconfortável.
Parámos. Tinhamos chegado ao destino. Olhei. Era um motel, daqueles como vimos tantas vezes nos filmes “hollywoodescos”, à beira da estrada, mas escondidos por uma densa vegetação, com muito pouca luz e com um sinal velhíssimo onde uma das letras tem a luz fundida. Sorri para dentro.
Lá dentro cheirava a mofo. E a morte. Quis sair, mas ao invés, conduziste-me para um dos quartos nauseabundos.
Fizemos amor. NÃO. Sexo. Apenas sexo. Nada mais que isso. Sexo.
Começaste, então. Arrancaste-me a roupa. Não com desejo, mas com nojo. Eras incapaz de me olhar nos olhos. Senti os teus dedos deslizarem-me pelo corpo e rastejarem para dentro de mim . Não foi prazer, mas dor que senti. Penetraste-me. Insaciável. Ouvia-te gemer. Excitado. As minhas lágrimas suplicavam-te que parasses. Mas ignoraste-as. Contraí-me numa desesperada tentativa de atenuar a dor, mas só a piorava. Começava a sentir-me sangrar. Imóvel. Apenas um objecto com quem decidiste brincar. Uma brincadeira perversa, doentia. Insuportável. Um pesadelo.
Vieste-te. Em menos de um minuto vestiste-te, atiraste uma nota de 20 ao meu corpo dorido, quase moribundo. E ali me deixaste…
Ouvi os teus passos afastarem-se , arrastando-se pelo soalho de madeira negra da sujidade. Rangia.
Caí de novo naquela cama maldita. E por ali fiquei… ouvindo o eco dos teus porcos gemidos.
World In My Eyes
Around the world and back
And you won't have to move
You just sit still
Now let your mind do the walking
And let my body do the talking
Let me show you the world in my eyes
I'll take you to the highest mountain
To the depths of the deepest sea
And we won't need a map, believe me
Now let my body do the moving
And let my hands do the soothing
Let me show you the world in my eyes
That's all there is
Nothing more than you can feel now
That's all there is
Let me put you on a ship
On a long, long trip
Your lips close to my lips
All the islands in the ocean
All the heavens in the motion
Let me show you the world in my eyes
That's all there is
Nothing more than you can touch now
That's all there is
Let me show you the world in my eyes
[Depeche Mode]
Wednesday, March 19
Tuesday, March 18
Tuesday, March 11
Mataste-me
Entrei.
Tinhas o quarto arrumado à pressa. O cheiro a sexo da última mulher com quem estiveste queimava-me a pele.
E, oh! Aquele odor, aquela mentira. A imagem das tuas mãos viajando num corpo que não o meu era-me insuportável.
Saí.
Cá fora, o vento secava as lágrimas que teimavam em rolar-me pela face. Chorei. Solucei. Apática a tudo o que se passava a meu redor. Vaguei. Percorri avenidas e ruelas. Corri e parei. Tinhas-me seguido. Caí… sem forças. Olhas-te. Estudaste-me. Vi-te. Pela última vez.
Uma despedida sem adeus. Um olhar sem perdão.