Entrei.
Tinhas o quarto arrumado à pressa. O cheiro a sexo da última mulher com quem estiveste queimava-me a pele.
E, oh! Aquele odor, aquela mentira. A imagem das tuas mãos viajando num corpo que não o meu era-me insuportável.
Saí.
Cá fora, o vento secava as lágrimas que teimavam em rolar-me pela face. Chorei. Solucei. Apática a tudo o que se passava a meu redor. Vaguei. Percorri avenidas e ruelas. Corri e parei. Tinhas-me seguido. Caí… sem forças. Olhas-te. Estudaste-me. Vi-te. Pela última vez.
Uma despedida sem adeus. Um olhar sem perdão.
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